Feliz (?) aniversário


Certas coisas sempre vão além da nossa capacidade de entendimento. No meu caso isso acontece muito quando está chegando meu aniversário. Irei completar 20 anos, vida adulta tomando força, assim como responsabilidades, novos desejos e planos estão tomando conta da minha cabeça, mas claro, as dúvidas e medos gritam e muito!

Apesar disso tudo, não gosto de comemorar ou simplesmente “fazer” aniversário. Sou sempre grata por mais um ano de vida neste mundo, mas não gosto do que esta data representa para mim. Não faz sentido para as pessoas isso, apenas para mim, meu aniversário é uma das piores datas, não sei especificar desde quando, apenas sei que a muito tempo.

Janeiro deixa sempre uma marca que nunca é boa diga-se de passagem, muitas lembranças ruins eu tenho, inclusive de tentativas de comemorações que foram um total fracasso: fui fracassada em uma delas, acabei a noite de aniversário com coração partido e alguns quilos a mais.

Já perdi pessoas um dia antes ou um dia depois da minha data; fui esquecida por quem sempre me preocupei. Houve um ano em que ganhei um cálculo renal de presente, assim, meigo e delicado. Quantas pessoas amadas por mim já foram internadas bem perto da data? E por essas e outras, já abri mão por vários anos até hoje de fazer uma festa como desejo por anos… Um janeiro pra mim é sempre cheio de “abridas de mão”.

Nunca sei se fico triste ou alegre quando chega o dia 30 de janeiro. Todo 1º do ano passo a ficar atenta, observando e planejando, nem que seja na minha imaginação, algo legal, mas a vida sempre toma outra direção. Esse ano não foi diferente. Muita coisa aconteceu desde outubro e novembro de 2014 e tudo isso veio acumulando para explodir na minha cabeça agora em Janeiro.

No “tranco”, precisei cair na real, abrir os olhos e ver da pior forma que muitas mudanças são mais que necessárias, são essenciais para eu tomar decisões e viver minha vida como eu quero. Inúmeras vozes gritam na minha cabeça (e ela dói por isso, é dor física) que é agora ou nunca! Sinto um fardo gigante nas costas e tudo que eu tenho para estar escapando entre os dedos.

Estou indo ao fundo do poço sem minha cordinha para voltar ao topo. Acho que chegou a hora de buscar as minhas próprias fibras e tecer meu caminho até a saída.

(25 de janeiro de 2015)

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