Fui espancada

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Hoje tomei várias surras. Doeram e muito! Não sei se ainda mais que as outras que tomei da ‘vida’ ao longo desses últimos dois meses. Deve ter doído mais por não levar e uma pessoa de verdade, física, carne e osso. Tomei umas surras com palavras: foram arremessadas sem dó, cada frase rebatendo num lado do meu rosto.

Não pude gritar, estava em público, shiu! Mereci, ainda estou merecendo aquelas frases gritando na minha cara coisas tão obvias, mas que não sei perceber (e ainda pior) admitir somente por mim mesma. Sempre fui dura na queda, quem convive comigo sabe, não vou dar o braço a torcer nem que isso custe minha felicidade e a dor alheia.

Admitir isso foi o pior: fiz pessoas sofrerem e foram pessoas que amo! Por quê?… Loucura? Psicopatia? Sociopatia? Esclerose? Pedra no rim? Sono? Fome? Hiper pressão patelar? Whatever! O que sei é que isso me maltrata, porém alivia… Provoco sem dó, cutuco até virar ferida qualquer bobagem que vem a me incomodar. E sim, mesmo com satisfação, a dor e a culpa me visitam toda noite, principalmente.

Já faço terapia. Descobri muita coisa nesse ultimo mês de consultas e altos valores pagos por cada uma delas. Mas de onde vem tanta agressividade? Se ainda me torna-se uma da turma dos le fauves e tirasse algo de bom como belas pinturas, críticas e galerias de arte, aproveitaria pra alguma coisa (mas pelo menos as aulas de história da arte me serviram para exemplificar algo bom neste texto, obrigada, professor Miguel <3).

Melhor definição “bonita” para o estado que me encontro talvez seja uma fauvista delirante aspirando por Dalí, porém agindo como Van! As bofetadas que recebi nessa manhã estão doendo e as palavras ressoando na minha cabeça um tanto doentio. Ora, gostar de provocar, brigar e discutir… Não tenho mais noção de nada, a não ser do meu desequilíbrio que me acompanha desde sempre. Desequilíbrio que pode ter me custado amizades e um relacionamento.

Quanto perdi e quanto quero resgatar depois de ter apanhado dentro de um ônibus quando procurava soluções e conforto num livro que não tinha acabado de ler antes. Creio ele ter me esperado até o dia de hoje, quando as bombas já estavam explodidas e a minha cabeça dando voltas todas as noites, quase perdendo o controle. Melhor livro que já li? Não sei porque não acabei e pelo momento doente que me encontro. Na verdade sempre estive doente e nunca percebi, mas vamos deixar desta forma.

Obrigada Martha Medeiros, quero ser “feliz por nada” a partir de agora.

(30 de dezembro de 2014)

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