Um história ainda sem título – Parte 1


Um história que comecei 5 anos atrás e que não terminei e talvez nunca termine. Não faço ideia de como as coisas irão desenvolver, não tenho um desenrolar e muito menos um final previsto, apenas 15 páginas no Google Docs escritas. Parte escrevi com uma menina que não tenho mais contato (falsas amizades, sabe? Pois então!), não sei se irei manter como ela escreveu ou irei mudar. Não sei absolutamente nada. Tinha apenas 15 anos quando comecei a escrever, mesmo revisando há alguns erros que passaram por mim, logo peço que os ignorem.

Corajosos estão convidados a ler.

Lhes deixo com Bonny e Max num inverno qualquer em Porto Alegre. Boa leitura.




Era mais uma tarde fria e nublada em Porto Alegre. Lá estava eu, debruçada na sacada do meu apartamento observando a rua e o parque. O vento frio batia no meu rosto fazendo com que meus cabelos ficassem desarrumados; acendi um cigarro, mas não o traguei por um longo tempo, estava longe, pensativa, perdida em pensamentos. Dei uma tragada, o apaguei e atirei na rua quando percebo que ele cai sobre um homem de cabelos negros e bagunçados, pele branca, vestido todo em preto. Após o cigarro bater em sua cabeça, ele o pega e olha para cima confuso. Fiquei roxa de vergonha, tentei disfarçar, mas foi em vão, então olhei para ele um pouco sem jeito, dei um sorriso tímido, ele retribui.

– Desculpe… – disse envergonhada.

– Está tudo bem – disse o homem com um sorriso meigo nos lábios.

Ele era lindo, seus olhos eram verdes, ele tinhas traços delicados e leves e um sorriso tão belo. Fitamos por alguns segundos, trocando leves sorrisos até que ele falar:

– Cuide melhor dos seus cigarros.

– Sim, arrumarei um cinzeiro logo. – respondi delicadamente sorrindo. Ele riu e seguiu em frente.

Depois do episodio do cigarro, não parava mais de pensar o quão lindo e simpático era aquele homem que nem o nome eu sabia. É loucura, eu sei, uns estranho mexer com você. Olhei para o relógio, eram 15:45, fui para o banho, tomei um banho longo enquanto pensava como seria bom encontrá-lo novamente, queria conversar, conhecê-lo, quem é, o que faz… Quando saí do banho já eram 16:09, vesti um jeans velho, um moletom e o primeiro par de tênis que achei e fui preparar algo para comer.

Algum tempo se passou e o sol começara a baixar, dei uma olhada pela janela e resolvi dar uma volta, peguei uma jaqueta de couro antiga, chaves e minha carteira e deixei meu apartamento.

Segui caminhando pelo parque, em direção a um pequeno mercado para comprar cigarros. Chegando lá fui em direção ao caixa e pedi ao senhor que lá atendia um masso.

– Deseja algo mais moça? – disse o senhor sorrindo.

– Não, obrigada. – sorri e paguei. Fui em direção a porta, onde quase esbarrei em alguém.

– Desculpa… Não vi você… – nem conseguia acreditar, era o homem que joguei o cigarro pouco antes. Fiquei paralisada, apenas observando-o. Ele sorriu e passou a mão em seus cabelos bagunçados e disse:

– Que coincidência, não? – nesta hora nem sabia o que responder, apenas o observava seu olhar e seus gestos delicados.

– Err… Sim. Pode me dar licença? – disse, olhando para a porta e sorrindo. Ele a abriu.

– Desculpe, pode passar. – disse ele abrindo a porta e logo saindo junto a mim do estabelecimento. Sem trocarmos uma palavra, caminhávamos lado a lado e então resolvi cortar o silêncio:

– Bem… Acho que não fomos apresentados, sou Bonny…

– Oh! Desculpe, é mesmo! Sou Max, Maximiliano, prazer. – falou apertando minha mão. Após alguns segundos, perguntou:

– Bonny… Nome um tanto quanto diferente e difícil de ser encontrar por aqui. – sorriu.

– Sim. Minha mãe é americana e um tanto viciada em histórias policiais… – Nesse momento Max me interrompe:

– Já sei, “Bonny e Clyde”, certo? Também sou fã, especialmente do filme.

– Exatamente! – Exclamei gargalhando.

Seguimos juntos por duas quadras, olhei no relógio, eram 17:45. Pouco restava da luz do sol, o dia ia aos poucos se tornando noite, é difícil aproveitar o fim da tarde em dias de inverno. De repente Max pergunta:

– Café?

– O que? – disse confusa.

– Que tal um café? Há uma cafeteria logo em frente… Vamos?

– Hum… Sim, vamos! – respondi sorrindo para ele que o mesmo fez.

Já na cafeteria…

– Então, no que você trabalha? – Max perguntou tomando um gole de café.

– Bom, eu sou cartunista, trabalho para um site e nas horas vagas sou fotografa.

– Legal! Já vi que temo algo em comum, trabalhamos com arte. – disse ele animado.

– É? O que você faz? – perguntei.

– Eu pinto, gosto de retratar pessoas ou cenários, mas adoro fotografia. Nas horas vagas sou escritor também, já vendi alguma coisa, mas não é nada sério.

– Sério? Nossa, adoraria conhecer seu trabalho! – e a conversa continuou.

Ele sorriu mostrando estar feliz. Tomei um gole de café e pus minha mão sobre a mesa e destraí-me por um instante, quando sinto um toque suave em minha mão, era Max. Fiquei vermelha e sorri, meu corpo ficou tremulo, meu coração disparou, comecei a suar, nunca senti algo assim ao toque de alguém. Passados alguns instantes retirei minha mão delicadamente e olhei o relógio, eram 18:54. “Nossa! Não acredito ter ficando tanto tempo conversando com ele” pensei com cara de assustada.

– O que houve? – perguntou para mim sem saber o motivo do meu espanto.

– São quase 19h, o tempo passou tão de preça! Preciso ir, tenho que editar algumas fotos…

– Nossa! Também tenho que ir, tenho trabalho por fazer! – disse ficando em pé.

Max fez questão de pagar o café.

– Eu convidei, eu pago!

– Está bem, mas na próxima, eu pago. – falei despreocupadamente.

– Próxima? Gostou do nosso encontro hoje? – perguntou enquanto eu corava de vergonha.

– Sim, adorei. Mas infelizmente tenho que ir.

– Te acompanho! Faço questão OUTRA VEZ! Nem tente recusar. – disse ele rindo e logo ri também.

Chegamos ao prédio, subimos as escadas e paramos em frente a porta do meu apartamento.

– Então, aqui está você! – disse Max sorrindo.

– É… Não quer entrar? – perguntei.

– Adoraria, mas realmente, tenho muito trabalho pendente. – então pus minhas mão ao redor do seu pescoço abraçando-o enquanto ele colocava suas mãos ao redor de minha cintura. Ao final, beijo rapidamente minha bochecha. Senti minhas pernas ficarem bambas, nem acreditava no que tinha acontecido até então.

– Bom noite, até a próxima. Bom conversar contigo… – disse ele olhando em meus olhos.

– Bom noite… Max. – disse calmamente sorrindo. Ele retirou suas mãos da minha cintura e seguiu em direção das escadas e lá o vi partindo. Peguei minhas chaves, abri meu apartamento e entrei. “Mais um dia se foi… Mas não um dia qualquer, um dia que jamais esquecerei!” pensei rindo. Estava me portando igual uma adolescente, o que parecia tão estúpido, porém tão gostoso.

Sentei em frente ao computador, nem conseguira editar minha fotos, apenas conseguia pensar no Max. Como essas coisas podem acontecer? Não o conheço e sinto frio na barriga, já estou fantasiando demais, acho que chegou a hora de dormir e aquietar a alma.

Parte 2 em breve.

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